terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Estar na Moda



A coisa menos compreensível para mim é a necessidade de se estar na moda. Alguém dita uma paleta de cores em meia dúzia de revistas, e o ano se pinta daquela cor. Parece que este ano de 2011 quem vai mandar é o amarelo. Eu já vi o verde limão e o abóbora serem cores da moda. Já vi calça rasgada estar na moda. Já vi jovens sírios de uma aldeia onde a luz elétrica chegou em 1980 brigarem por um maço de Marlboro, um relógio seiko ou uma playboy - principalmente pela playboy.
É difícil entender o fascínio que a estética ocidental causa no mundo, e quando digo estética, quero dizer modo de vida, valores, cores, gostos, ideais afetivos, trabalho. Fora do ocidente, ainda tem muita gente querendo "Fazer a América". Dentro dos países ocidentais, estar na moda é sinônimo de ascensão/status social.
Dentro de um grupo social, existem códigos que identificam os seus. Baladas que frequentam, clubes de que são sócios, escolas pelas quais passaram, carros que dirigem bairros em que moram, locais onde passam férias, marcas que usam, marcas que compram, marcas com que presenteiam, marcas que comem... dentro de cada grupo social, existe o bom e o ruim, normalmente definidos pelo quanto foi pago. E esse "quanto" representa "qualidade" dentro do tal grupo, mesmo que o conteúdo do que foi comprado seja o mesmo de um similar barato.
A moda pode representar a renovação e alegria, mas penso que acaba significando a padronização e a morte da criatividade. Carregamos no peito marcas que representam medalhas, mostrando ao mundo, na nossa visão ou na dos outros, alguns supostos méritos ou deméritos.

2 comentários:

  1. a moda enaltece a criatividade de alguns e subvaloriza a dos demais, pasteuriza!

    "Quando o Homem inventou a roda, Deus logo inventou o freio, um dia um feio inventou a moda e toda a roda amou o feio" Zeca Baleiro

    ResponderExcluir
  2. E dizer que meu avô nunca veio ao Brasil pq ele não queria tirar o "chiruel"...

    ResponderExcluir