quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A Rainha do Baile de Formatura


Somos, nós brasileiros, compulsivos importadores de cultura. De massas. Não em refiro aos "enlatados" americanos, termo que fazia alusão às latas usadas para guardar os rolos de filmes destinados à projeção em cinemas, mas que remetia pejorativamente aos enlatados de supermercados. Também não estou falando da cultura corporativa, com seus jargões quase todos em inglês (vide post anterior, Business Bingo Generator). Falo de nossas crianças. Quem não quer ter crianças como consumidores fiéis de seus produtos? Que delícia saber que uma mulher de 40 anos se consola por ser abandonada pelo namorado com a mesma marca de sorvete que seu pai deu para ela após sua operação de amídalas... As crianças são o futuro, vamos acompanhar sua trajetória, adequando produtos conforme os baixinhos vão crescendo... se seu filho não quer mais levar Chocolate de caixinha de lanche, vamos comprar para ele o maxi chocoo radical, com a foto de um garoto e seu skate maneiríssimo em uma garrafa que custa o quadruplo da outra embalagem, e com um produto com gosto de tudo, menos de leite com chocolate...
Assim vamos aprendendo com as propagandas, filmes, séries... aprendemos piadas, cinísmo e que garotas de 12 anos já são mocinhas que se apaixonam uma vez por dia. Aprendemos que sempre existirá uma Rainha do Baile de Formatura, uma garota pop que se esforça dia e noite para ser o centro das atenções, apoiada pelos pais, professores e pelas "melhores amigas", e que seu objetivo último na vida é se sentir superior às demais. Os garotos, por sua vez, descobrirão que seu cacoete de timidez virará charme, que contar piadas faz as meninas rirem, que todos gostam de um cara "safo", "esperto", mesmo que isso lhe custe um ano letivo ou algumas repreendas. Esse cara não é o rebelde, não é o marginal, ele é o padrão. Essa menina não tem problemas de exibicionismo e insegurança, ela simplesmente está desempenhando o papel esperado por sua família. O Resto, com "R", é isso mesmo, aqueles que não fizeram tanto sucesso, não marcaram mais presença, se referem a si mesmos como "menos do que". Amanhã, enquanto os "safos" atropelam motoboys, suas esposas buscam admiradores que as façam sentir como da primeira vez, a emoção prometida pelo esforço repetitivo, além da tendinite. Não sei se fui claro, duvido na verdade, prometo melhorar na próxima. Stay tuned and stay clear!

domingo, 12 de setembro de 2010

Business Bingo Generator

Eu já recebi esse e-mail várias vezes... e sempre me diverti com a ideia de anotar os jargões corporativos enquanto eram proferidos... mas agora, a evoulção: Um site gerador de cartelas ... Supimpa!!!