quarta-feira, 13 de abril de 2011

Saudades do Futuro


Já sinto saudades dos anos 2000. Não da década de 2000-2010, eu falo da imagem que tínhamos do que seriam os anos 2000 na minha infância e adolescência. Muito se falava da Era de Aquário, e de um período no qual a intuição seria mais forte que a razão cartesiana que moveu máquinas e tanques no milênio anterior. Imaginávamos o mundo de compreensão e justiça que motivou as lutas dos anos 60 e 70. Os seres humanos se libertariam de suas amarras psicológicas, de seu comportamento tradicional e nada espontâneo... E o homem seria uma fonte de paz e tolerãncia...
Sim, erramos feio. O Ser humano deu até uma piorada, as novas gerações se esqueceram de toda a consciência (?) adquirida pelas anteriores, e nossos filhos nem fazem ideia de nada do que houve nos anos 70, além da boa música, repetida, regravada e remixada hoje à exaustão. Os EUA fazem uma guerra do Vietnã a cada nova gestão, Democrática ou Republicana. Nossos heróis morreram de overdose ou perderam a ideologia, e o mundo vende a mãe fabricada na China e pode até entregar...
E eu sinto saudades dos anos 2000 de Carl Sagan, da cura do câncer pela descoberta do genoma humano, dos carros voadores dos Jettsons, da pesquisa pacífica de Jornada nas Estrelas, de Imagine de John Lennon, da Odisseia no Espaço... isso pra não falar dos políticos... O futuro não é mais como era antigamente...

domingo, 10 de abril de 2011

Nível do mar não sobe com o derretimento de geleiras


Bem, quem afirmou isso foi um bando de físicos amigos meus... Vamos ver se sei replicar os principais argumentos deles aqui.
Pense o seguinte: as geleiras, icebergs e afins, boiando no mar, continuam no mar, derretidos ou não, e o nível da água não vai se alterar só porque parte dela degelou-se, talvez haja uma imperceptível variação na densidade da água salgada, pelo acréscimo de água doce, mas nada significativo. É o mesmo que um copo com gelo, se o gelo derrete ou não, o nível de bebida se mantém.
Já as geleiras continentais, essas poderiam até elevar um pouco, mas seria mínimo... imagine um cubo de gelo amarrado em uma bola de futebol. O volume do cubo seria o equivalente a vários everests, feitos somente de gelo. Supondo que, ao tornar-se líquido, esse gelo não pingasse, mas aderisse à superfície da bola. A água resultante desse degelo seria distribuída ao redor da bola, por igual, aumentando muito pouco, quase nada, a área da superfície. O mesmo ocorre com a Terra e o degelo. Não há elevação do mar significativa, a água que se origina de degelo escorre para o mar, talvez um aquecimento possa evaporar uma parte, e a gravidade mantém essa massa presa à Terra.

É claro que isso não significa que o clima não mude. A variação do clima sempre ocorreu, faz parte da manutenção do equilíbrio no nosso planeta, que vem alternando períodos de glaciação e degelo ao longo de seus milhares de anos. E isso também não significa que o homem não tenha responsabilidades perante a forma como explora os recursos do planeta. Mas separar o joio do trigo é sempre uma atitude necessária para que nosso comportamento fuja do da manada.